quinta-feira, 10 de junho de 2010

Maringá possui alto índice de segurança na construção civil

Prevenção é apontada com a principal medida para evitar acidente de trabalho nos canteiros de obra

Acidente de trabalho na construção civil e as suas conseqüências foram os temas principais abordados em uma palestra ministrada pelo engenheiro ambiental e advogado Rodrigo Meister de Almeida, na última segunda-feira (7), na sede social da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Maringá. Estiveram presentes aproximadamente 200 pessoas, entre engenheiros, arquitetos, estudantes, mestre de obras, interessados e envolvidos na área da construção.
O objetivo da palestra foi debater o acidente de trabalho na construção civil, e as consequências para o empregado e empregador. Também foi discutida a gestão da Segurança e Saúde do trabalho, que visa resguardar os trabalhadores e, principalmente as empresas, que podem ter impactos não só sociais, mas também econômicos e de gestão. Como alternativas positivas, foram apresentadas demonstrações de boas práticas desenvolvidas pelos trabalhadores e soluções de gerenciamentos empresariais que visam à prevenção e o cuidado primário com a saúde dos funcionários, evitando acidentes e doenças. O palestrante explanou as conseqüências do acidente no âmbito administrativo e judicial civil, trabalhista, criminal, profissional e previdenciário. E pontuou os prejuízos aos trabalhadores e empregados. No ano passado morreram 350 trabalhadores em acidentes em canteiros de obras, no país, no Paraná foram 26. Meister apontou que não houve morte em Maringá. O trabalho de prevenção de acidente na construção civil foi apontado como sendo a principal medida. “O trabalho de prevenção tem sido fundamental para o alto índice de segurança na construção civil de Maringá. Trabalhadores e empregadores trabalham juntos na divulgação das normas de segurança previstas na NR-18, em vigor há 16 anos”. O evento foi promovido pelo Serviço Social do Noroeste do Paraná – Seconci- NOR/PR em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon- NOR/PR), Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Maringá (AEAM), SESI e Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário de Maringá (Sintracom Maringá).

terça-feira, 8 de junho de 2010

Palestra sobre Responsabilidade Civil e Norma de Desempenho


A Associação de Engenheiros e Arquitetos de Maringá (AEAM) promove o curso Responsabilidade Civil e Norma de Desempenho, no próximo sábado (12), na sede do Sebrae Maringá. O curso tem início às 8 horas, com atividade até as 18 horas, e será ministrado pelo Engenheiro Civil, Valmir Pelacani.

O objetivo, explica Valdir Pelacani, é alertar aos profissionais, estudantes das áreas de engenharia e arquitetura e interessados envolvidos na área da construção, que existem restrições, limitações e responsabilidades importantíssimas a serem respeitadas e seguidas, quando da atividade de construir. Além de trazer a reflexão e discussão a cerca da Norma de Desempenho.

Segundo Pelacani, em 12 de maio deste ano entrou em vigor a Norma de Desempenho para Edifícios Habitacionais de até cinco pavimentos. Criada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) com a participação de mais de 100 agentes do setor de construção civil, a Norma estabelece critérios e métodos de avaliação do desempenho de sistemas construtivos, como: estrutura, pisos internos, vedações internas e externas, coberturas e instalações hidrossanitárias.

A Norma foi publica em 2008, desde então, as incorporadoras e construtoras tiveram dois anos para se adequarem às novas diretrizes. O texto aprovado, com mais de 700 contribuições de profissionais relativos à atividade, ficou sob consulta nacional por dois meses.

As inscrições devem ser realizadas no telefone (44) 3011- 0011 ou no e-mail aeam@aeam.eng.br. O valor da inscrição é de R$100 para associados da AEAM e estudantes, e R$150 para demais interessados.

Sobre o palestrante - Valmir Pelacani

Valmir Pelacani é Engenheiro Civil pela Universidade Estadual de Maringá (turma 1985). Atua na área de avaliação de imóveis há aproximadamente 25 anos, e como Perito Judicial há 20 anos. Desenvolve relatórios, vistorias, pareceres técnicos e avaliações de bens e de direito extra-judiciais. Tem pós-graduação em Engenharia de Avaliação de Bens e Perícias pelo Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape SP/PR) e Universidade Filadélfia (Unifil). Colaborador Técnico: “Revista de Avaliações e Perícias de Avaliações e Perícias de Engenharia”. Autor dos livros: “O Perito Judicial E O Assistente Técnico” E “Responsabilidade Civil Na Construção. Pelacani é professor do CESUMAR.

Serviço:

Local: Sebrae Maringá

Endereço: Rua Avenida Bento Munhoz da Rocha Neto, 1116 – Maringá/PR

Informações: (44) 3011-0011

terça-feira, 1 de junho de 2010

Palestra sobre "Consequências do Acidente do Trabalho", dia 7, tem apoio do SESI

Palestra sobre “Conseqüências do Acidente de Trabalho”, dia 7

Dando continuidade às festividades do 6º Encontro dos Trabalhadores da Construção Civil e ao aniversário da NR-18, o Seconci-NOR/PR, o Serviço Social da Construção através do Sinduscn-NOR/PR em parceria com AEAM, SESI e Sintracom, convidam os associados para a palestra “Conseqüências do Acidente de Trabalho” com o palestrante engenheiro Rodrigo Meister de Almeida.
Será na segunda-feira, dia 7, às 19 horas, na sede social da AEAM, à Rua Tiradentes, 348 – Vila Nova – Maringá.
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas impreterivelmente até o dia 02 de junho, quarta-feira.
Mais informações pelo telefone 44-3025-7999 – Sinduscon-NOR/PR.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Sinduscon Nor-PR participa da entrega dos cadernos da Agenda Parlamentar para os municípios




O Crea/PR realizou nesta quarta-feira (12), em Maringá, um encontro da Agenda Parlamentar para gestores públicos da região da Amusep, onde foram entregues os cadernos técnicos produzidos a partir dos debates promovidos em 2009.

Nosso objetivo é aproximar os profissionais dos gestores públicos para melhorar a qualidade de vida dos moradores de todo o Paraná, afirmou o presidente do Crea/PR, Álvaro Cabrini Junior.

A Agenda Parlamentar do Crea/PR é um programa que visa prestar assessoramento técnico aos gestores municipais para a definição de ações prioritárias para o desenvolvimento das cidades.

O prefeito Silvio Barros participou do evento ao lado do presidente da Amusep, Cylênio Pessoa Pereira, prefeito de Mandaguari, e destacou o benefício do programa do Crea/PR para os pequenos municípios. Muitas vezes as prefeituras não tem profissionais para atender a demanda da cidade, e as parcerias do conselho são importantes, afirmou o prefeito, que elogiou a Agenda Parlamentar do Crea/PR.

O presidente da Urbamar, Fernando Camargo, também falou da parceria do município com o Crea/PR. Maringá já se beneficia das importantes contribuições do Crea/PR, e está junto com toda a região totalmente integrada ao programa da Agenda Parlamentar, informou.

O programa começou há quatro anos, dentro de uma proposta do conselho em proporcionar apoio para o desenvolvimento dos municípios com a participação dos profissionais de engenharia, arquitetura e agronomia. Foram 1.500 audiências envolvendo mais de 4 mil pessoas que resultaram nos 25 cadernos com orientações sobre os mais variados temas para os gestores públicos, informou Cabrini.

A elaboração dos cadernos passou por audiências por todas as regiões do Estado, levantando as questões comuns relacionadas à administração municipal. Os assuntos são abordados por profissionais de forma técnica e se tornam uma ferramenta importante para os gestores públicos. Algumas propostas contidas nos cadernos já se tornaram leis municipais, observou Cabrini.

Os cadernos técnicos abordam temas de interesse comum pela maioria das cidades, como sistema viário, equipamentos públicos, estrutura e gestão, inserção profissional, acessibilidade, preservação ambiental, saneamento e o uso e reuso da água, entre outros temas. Os encontros da Agenda Parlamentar do Crea/PR serão realizados em todas as regiões do Estado.


Extraído de: Prefeitura de Maringá - 23 horas atrás
ASS.IMPRENSA PMM.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

EMPRESAS QUE NEGLIGENCIARAM SEGURANÇA NO TRABALHO SÃO PROCESSADAS PELA AGU

A Advocacia Geral da União (AGU) entrará hoje (28) – Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho – com 177 ações na justiça visando recuperar R$ 33,7 milhões para os cofres da União. O valor corresponde ao que o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) pagou em indenizações a vítimas de acidentes do trabalho este ano. As ações são contra empresas que descumpriram normas de segurança. Para a AGU, muitas empresas negligenciam a fiscalização do uso adequado dos equipamentos de segurança pelos trabalhadores.

A defesa do INSS está sob responsabilidade da AGU, por meio da Procuradoria-Geral Federal (PGF). De acordo com o procurador-geral federal, Marcelo de Siqueira Freitas, a estratégia será usar a ferramenta da conciliação para reduzir as demandas judiciais. Dessa forma, as empresas poderiam negociar a quitação dos débitos direto com o INSS, sem necessidade de intervenção da justiça. Para concretizar o projeto, a PGF está elaborando um estudo sobre os aspectos práticos e jurídicos da celebração de acordos.

Em nota, a AGU informou que o setor da construção civil lidera o ranking de acidentes fatais, com destaque para o elevado número de operários que caem de andaimes. Em segundo lugar está a metalurgia, que apresenta alto índice de acidentes por esmagamento de membros superiores em equipamentos como prensas. A AGU lembra que boa parte desses acidentes não é causada pela ausência de equipamentos de segurança, mas pela falta de fiscalização por parte das empresas do uso correto e frequente dos equipamentos.

Em 2009, foram impetradas 341 ações desse tipo em tribunais de todo o país. Segundo estimativa da AGU, essas ações poderão significar o retorno de R$ 55 milhões aos cofres públicos. Com o trabalho preventivo, o número de ações foi reduzido para 177 este ano.


Fonte: Pedro Pedruzzi - Agência Brasil, 28.04.2010

Regionais de Sinduscon do Paraná formam consórcio para negociar com Espanha

O setor de construção civil da região Norte, Noroeste e Oeste do Paraná começa a estreitar a relação comercial com a região de Barcelona, na Espanha. Fruto das duas últimas visitas de profissionais da área ao Norte do Paraná, organizada pela Agência de Desenvolvimento Terra Roxa e parceiros, a relação entre os setores começa a se desenhar na forma de um consórcio de compras criado pelo Sinduscon-Norte, com sede em Londrina; Sinduscon Noroeste, com sede em Maringá, e Sinduscon Oeste, em Cascavel.

O esboço do consórcio foi apresentado pelo presidente do Sinduscon-Norte, Osmar Alves, ao grupo de diretores do Colegiado de Aparelhadores, Arquitetos Técnicos e Engenheiros de Edificação de Barcelona (CAATEEB), que visitou a região semana passada.

Por meio do consórcio, as entidades querem adquirir equipamentos e tecnologias espanholas. O setor da construção civil daquele país tem várias técnicas e equipamentos capazes de agilizar o andamento de obras, como por exemplo o uso disseminado de gruas. Como o setor, naquele país, está sofrendo com os reflexos da crise econômica, com o índice de desemprego chegando perto dos 20%, há interesse em exportar equipamentos que estão ociosos.

“Ao mesmo tempo, o setor da construção civil, no Brasil, está a todo vapor, sofrendo com falta de equipamentos e necessitando de novas tecnologias que possam agilizar o andamento das obras”, comenta Alexandre Farina, diretor executivo da Terra Roxa.

Ele esclarece que este é um dos papéis da TRI: buscar oportunidades e aproximar setores que tenham interesse em ampliar seus negócios.

Showroom
Outro resultado direto da relação desenvolvida com a região de Barcelona é a realização de um showroom, nas próximas semanas, em Maringá, de gruas e tecnologias espanholas. “Esse evento será a base da oferta de tecnologia espanhola para o Brasil no setor da construção civil”, comenta Farina, acrescentando que está clara a demanda por equipamentos no país.

O dia e local exatos ainda estão em fase de definição, mas segundo Farina já há empresários de outros estados buscando informações com claro interesse em participar.

Visitas técnicas e institucionais
No último dia 15 de abril um grupo de diretores do Colegiado de Aparelhadores, Arquitetos Técnicos e Engenheiros de Edificação de Barcelona visitou em Londrina um canteiro de obras vertical e do projeto Minha Casa, Minha Vida – com os quais ficaram bastante impressionados. A visita teve início com uma reunião na sede do Sinduscon-Norte, acompanhada também pelo CEAL (Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina), Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Sindimetal (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas), além da Taiet Brasil e Terra Roxa, organizadores das visitas.

Em Maringá, no dia 16 pela manhã, o grupo se reuniu com representantes da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Cesumar. Há a intenção de fomentar intercâmbio estudantil entre as duas regiões.

Houve também no período da tarde um encontro com o presidente do CREA Paraná, Sr. Álvaro Cabrini Jr., representantes da AEAM (Associação de Engenheiros e Arquitetos de Maringá) e empresários da região; recepcionados pelo Sinduscon-Noroeste, Taiet Brasil e Terra Roxa.

As entidades e profissionais visitados foram convidados pelo Colegiado a participar do Congresso Internacional de Reutilização e Sustentabilidade, que será realizado em outubro em Barcelona. Segundo Farina , a Terra Roxa estuda a possibilidade de organizar a ida de uma delegação do Estado para participar do congresso e também estender a agenda para visitas técnicas na Espanha.

Contato no Sinduscon-NOR/PR: Valdemar do Carmo Adorno Jr (Júnior) - (44) 3025-7999
Assessoria de Imprensa: Diniz Neto - (44) 9994-7762

terça-feira, 20 de abril de 2010

Sinduscon Noroeste, CREA-PR e AEAM recebem visita de profissionais da Espanha

Álvaro Cabrini Jr. entrega material do CREA/PR aos profissionais da Espanha

Engenheiros e arquietos da Espanha foram recebidos no Sinduscon-NOR/PR, em Maringá

A comitiva da Espanha, na reunião

Álvaro Cabrini Jr., presidente do CREA-PR, e Marcos Mauro Moreira, presidente do Sinducon-NOR/PR

A diretoria do Sinduscon Noroeste do Paraná (Sinduscon-NOR/PR) recebeu uma comitiva de engenheiros e arquitetos do Colegiado de Arquitetos e Engenheiros de Edificação de Barcelona, instituição semelhante ao CREA, na sexta-feira (16). Eles fizeram uma apresentação sobre o colegiado e debateram possibilidades de parcerias e atuação de profissionais e empresas daquele país no Brasil.


Os profissionais estão na região recepcionados pela Terra Roxa Desenvolvimento Norte do Paraná e estiveram também no Sinduscon Norte, na cidade de Londrina. Em Maringá, acompanharam a reunião o presidente do Sinduscon-NOR/PR, Marcos Mauro Moreira, diretores do Sinduscon-NOR/PR, o presidente do Conselho Regional de Engenhariam Arquitetura e Agronomia do Estado do Paraná (CREA-PR), Álvaro Cabrini Jr., e representantes da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Maringá (AEAM).
Os membros do Colegiado expuseram detalhes da regulamentação da profissão, na Espanha, e apresentaram dados sobre o setor profissional e empresarial da construção civil. Os espanhóis buscam parcerias para a atuação de engenheiros e arquitetos no Brasil onde a expansão econômica levou a falta de profissionais. O presidente do CREA-PR, Álvaro Cabrini Jr. e os representantes da AEAM e do Sinduscon-NOR/PR relataram as dificuldades relacionadas a esta atuação no país, inclusive as restrições legais. Foi discutida a possibilidade de convênios com universidades como a de Maringá, Londrina e outras no país, para a habilitação, o que depende de muitos estudos. As entidades brasileiras – O presidente do Sinduscon-NOR/PR, Marcos Mauro, fez uma apresentação do Sinduscon-NOR/PR, seu funcionamento, empresas associadas e potencialidade do mercado da construção civil em 109 municípios da região. O presidente do CREA-PR, Álvaro Cabrini, falou sobre o Conselho, a regulamentação profissional e a legislação brasileira. Os dois presidentes entregaram materiais sobre o sindicato e sobre o conselho para os profissionais espanhóis. O atual momento econômico do Brasil e as perspectivas positivas do setor da construção civil têm atraído a atenção de profissionais e empresas de outros países. O Paraná é um dos estados onde a atividade nesta área vem se mantendo em ritmo forte, com possibilidades de crescimento nos próximos meses. (Diniz Neto/Sinduscon-NOR/PR)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Construção civil e agronegócios lideram geração de empregos no Paraná

Ao contrário de toda a pregação do governo Requião e de seus relatórios oficiais, especialista em mercado do trabalho lê a tabela do Caged do Ministério do Trabalho de março e diz: dos 23.197 empregos gerados no Paraná. 5.715 empregos gerados são frutos da construção civil e do mercado imobiliário. 7.096 dos empregos gerados são frutos do agronegócio, das cooperativas, transporte de produtos agrícolas e afins. 4.591 dos empregos gerados vem das varias cadeias produtivas da industria que sai da crise aos poucos. E 3.035 dos empregos gerados vem do comércio.
O resto dos 2.649 empregos gerados vem do setor de serviços, nas áreas de ensino, banco, alojamento, alimentação, manutenção entre outras atividades. A ler a planilha do Caged-M.T.E. verificasse que todas as cadeias produtivas são dependentes do crescimento da agroindústria e da construção civil. Sendo que, 80% dos empregos gerados continuam sendo abaixo de 2 salários mínimos. Sendo que a média salarial do Paraná é de 1.300,00 reais face aos salários pagos pela industria e outros setores da região metropolitana de Curitiba. Já que retirando a RMC da média estadual, veremos que no interior do Paraná o salário médio é de no máximo 850 reais. A analise feita sobre o mês de março também se aplica aos últimos anos e meses. (Do Blog do Fábio Campana)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Empresários da construção civil têm Empretec exclusivo em Maringá

Programa, uma parceria reconhecida nacionalmente e internacionalmente entre o Sebrae e PNUD, tem como objetivo promover uma reflexão sobre a atitude empreendedora; o prazo final para inscrições termina no próximo dia 9 de abril

Promover uma reflexão sobre como a atitude empreendedora pode ser determinante para a gestão eficiente de uma micro e pequena empresa. Essa é a proposta do Empretec, solução do Sebrae em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que trabalha a otimização dos resultados empresariais a partir da mudança do comportamento. Pela primeira vez, o Empretec será realizado em Maringá, no noroeste do Estado, especialmente para empresas da cadeia da construção civil.

Os empresários têm até o dia 9 de abril, para inscreverem-se, mediante o preenchimento de um questionário com dados pessoais e uma proposta empresarial. A segunda fase do Empretec, após finalizado o processo de inscrição, consiste numa entrevista. Os candidatos serão convocados, de 19 a 23 de abril, a participar de uma entrevista individual conduzida por um entrevistador especializado. Na entrevista, serão identificadas as características empreendedoras e será traçado ainda um perfil de cada participante.

A terceira fase do Empretec, para empresários da cadeia da construção civil em Maringá, será um workshop, de 26 de abril até 1º de maio, das 8 às 18 horas, na sede do próprio Sebrae na cidade. No workshop, os participantes vivenciarão de forma intensa situações empresariais que os auxiliarão a compreender o universo empresarial. "O Empretec visa desenvolver as habilidades empreendedoras de empresários, diretores e gerentes. É um dos maiores programas de capacitação do Brasil", diz o consultor do Sebrae/PR em Maringá e gestor do programa de competitividade para o setor da construção civil na região, Joversi Luiz de Rezende.
No Empretec, a alteração na conduta empresarial é baseada, sobretudo, em dez características. São elas, a iniciativa e busca de oportunidades; capacidade de correr riscos calculados; persistência; comprometimento; estabelecimento de metas; capacidade de planejar e monitorar ações; capacidade para buscar e utilizar informações; persuasão e rede de contatos; independência e autoconfiança; exigência de qualidade e eficiência. Essas características ajudam a revelar pontos fundamentais na personalidade do empreendedor e que são decisivas para a excelência na gestão empresarial.

A realização do Programa, somente para empresas da cadeia da construção civil, é uma das ações do programa de competitividade que o Sebrae/PR desenvolve com o setor. A sua realização em Maringá tem o apoio do Sindicato da Indústria da Construção Civil da Região Noroeste do Paraná (Sinduscon-Nor/PR), Associação de Engenheiros e Arquitetos de Maringá (AEAM), Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de Maringá.

Os interessados em participar do Empretec podem obter mais informações no (44) 3220-3474. O questionário de inscrição deve ser encaminhado ao Sebrae/PR em Maringá, que fica na Avenida Bento Munhoz da Rocha Neto, 1.116 - Bairro Zona 7.

Sobre o Sebrae/PR
O Sebrae/PR – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Paraná é uma instituição sem fins lucrativos que foi criada para dar apoio aos empresários de pequenos negócios. No Brasil, são 27 unidades e 750 postos de atendimentos espalhados de norte a sul do País. No Paraná, 5 regionais e 11 escritórios. A entidade chega aos 399 municípios do Estado por meio do atendimento itinerante, pontos de atendimento e de parceiros como associações, sindicatos, cooperativas, órgãos públicos e privados. O Sebrae/PR oferece palestras, capacitações empresariais, treinamentos, projetos, programas e soluções empresariais, com foco no empreendedorismo, setores estratégicos, políticas públicas, tecnologia e inovação, orientação ao crédito, acesso ao mercado, internacionalização, redes de cooperação e programas de lideranças.

Informações para a imprensa:
Savannah Comunicação Integrada - empresa licitada do Sebrae/PR
Jaqueline Gluck (41) 3035-5669 ou (41) 9602-7541
Assessoria de Imprensa Regional Noroeste: Octávio Rossi
(44) 9132 1978 jornalismomaringa@savannah.com.br
Leandro Donatti – Jornalista do Sebrae/PR – (41) 3330-5895 ou (41) 9962-1754

terça-feira, 23 de março de 2010

Sinduscon-NOR/PR e UEM firmam convênio para estágios na construção civil

O Sindicato da Indústria da Construção do Noroeste do Paraná (Sinducon-NOR/PR), em parceria com a Universidade Estadual de Maringá (UEM), está disponibilizando currículos de alunos interessados em fazer estágios na área da construção civil.
O Sinbduscon-NOR/PR será o intermediário pela contratação, através da UEM.

As empresas interessadas poderá entrar em contato diretamente com os estagiários. A lista dos candidatos será atualizada periodicamente e estará disponível no site do Sinduscon-NOR/PR. Os associados receberão a listagem, regularmnente.

Mais esclarecimentos poderão ser obtidos no Sinduscon-NOR/PR, com Sonia Maria. O telefone é o (44) 3025-7999.
Serviço: Estágio de estudantes da UEM na área da construção civil - Veja a lista dos estudantes interessados no site www.sindusconnoroeste.org.br link Currículo - Estagiários

terça-feira, 9 de março de 2010

Empresários debatem propostas do setor para o Minha Casa, Minha Vida 2

A CBIC debate nesta quarta-feira (10) com os membros do Conselho de Administração da entidade, em Brasília, as propostas do setor da construção para o Programa Minha Casa, Minha Vida 2 (PMCMV2). A segunda fase do programa será lançada pelo Governo Federal no dia 29 de março, juntamente com a segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). Para o presidente da CBIC, Paulo Safady Simão, independente do tamanho desta segunda fase do PMCMV, é preciso atacar a questão fundiária, reservando um percentual mínimo de 10% dos lotes para a habitação de interesse social, e admitindo a construção de grandes conjuntos habitacionais, passo importante para erradicar o déficit habitacional que hoje chega a 6,273 milhões de moradias (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Pnad/IBGE de 2007).

Construção Civil se mobiliza contra a redução de empregos formais

Empresários da indústria da construção apresentam nesta quarta-feira (10) ao presidente da Câmara dos Deputados, deputado Michel Temer (PSDB-SP) e aos líderes partidários, posição contrária do setor empresarial à aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 231/95, que propõe a redução da jornada de trabalho de 44 horas semanais para 40 horas e aumenta a remuneração das horas-extras de 50% para 75%. A proposta do setor é que a redução da jornada de trabalho seja feita por livre negociação entre empresários e trabalhadores, e não por força de lei. A ideia é discutir todos os temas que afetam o mercado de trabalho de forma conjunta, e não individualmente, principalmente em um ano eleitoral. O setor teme que a discussão em ano eleitoral possa afetar a posição dos parlamentares sobre o assunto. “A jornada de trabalho precisa ser discutida com calma e imparcialidade, não pode ser afetada pelas discussões políticas”, afirma Paulo Simão. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção defende uma ampla modernização das leis trabalhistas para que a indústria possa acompanhar as mudanças econômicas e também estimular o emprego formal no país, contribuindo para a desburocratização e o incremento da competitividade no setor produtivo nacional. A mobilização será nesta quarta-feira, dia 10, a partir das 16h, no Congresso Nacional.

Setor otimista em 2010

Os empresários da construção civil estão otimistas para os primeiros seis meses de 2010. A percepção consta na Sondagem da Indústria da Construção, divulgada nesta terça-feira (9) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em conjunto com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), as federações das indústrias e os sindicatos da construção civil nos estados. De acordo com a pesquisa, o nível de atividade do setor permaneceu aquecido em janeiro deste ano, se comparado a dezembro de 2009. Já o índice que mede o nível de atividade efetivo em relação ao usual, recuou, mas se manteve superior ao usual para janeiro, e ficou acima da linha dos 50 pontos (o indicador varia de 0 a 100 e valores acima de 50 indicam expectativa positiva). Para os próximos seis meses, ainda é positiva a expectativa dos empresários do setor quanto ao aumento do nível de atividade, em razão do Programa Minha Casa, Minha Vida. O maior otimismo é percebido nas grandes empresas, seguido pelas médias e pequenas. A pesquisa foi realizada entre os dias 1º de fevereiro e 24 de fevereiro de 2010 entre 335 empresas do setor, sendo 192 pequenas, 106 médias e 37 grandes.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Em 2010, construção civil deve crescer 10% em Maringá

A média no Brasil será de 8%. Segundo o presidente do Sinduscon, Marcos Mauro Moreira, os grandes desafios do setor são a falta e o custo da mão de obra. Ele aponta que faltam profissionais. Por isso, o custo subiu consideravelmente. Moreira lembra que, no passado, a mão de obra representava 40% do custo de uma obra. Hoje, em alguns casos, chega a 60%.

Ouça a entrevista

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Exigências de edital ainda preocupam consórcio

São Paulo, SP - segunda-feira, 01 de fevereiro de 2010

O consórcio formado por Mitsui, Toshiba, Hitachi e Mitsubishi ainda vê muitos riscos no edital do trem de alta velocidade (TAV), mas diz ter experiência e motivos tecnológicos para acreditar que o modelo japonês seja o melhor para o Brasil. Eles desenvolveram um sistema de tração que reduz a possibilidade de acidentes e aumentaria a velocidade do trem-bala nas subidas e descidas no trecho carioca do trem-bala. "A Serra das Araras implica alta dificuldade ao projeto e a eficiência da tração terá impacto direto no seu custo", diz Kazuhisa Ota, chefe da equipe que projeta o TAV na Mitsui.
Embora o consórcio ainda não tenha fechado acordo com uma das grandes empreiteiras brasileiras, que serão responsáveis pela construção civil - grande parte dos R$ 34,6 bilhões de orçamento do TAV -, o shinkansen é visto como referência tecnológica indiscutível pelo governo brasileiro. Mas, para o consórcio, as exigências do edital brasileiro são pouco restritivas e mais adequadas aos padrões europeus.
Segundo os representantes do consórcio, os japoneses são capazes de fazer túneis 28% menores do que os europeus, o que reduziria custos - o edital prevê cerca de 90 quilômetros de túneis. A velocidade do shinkansen poderia chegar a 300 km/h, dependendo das leis nacionais. No Japão, a velocidade é limitada por normas que preveem um teto para o volume de emissão sonora do trem-bala. Mesmo levando em conta a lei japonesa, o consórcio considera razoável o limite de tempo de 1h33 estabelecido para a viagem entre São Paulo e Rio.
O peso menor do modelo japonês é outra vantagem, na avaliação do consórcio, porque implica menor gasto de energia e de manutenção periódica dos trilhos. Outro ponto forte do trem japonês é a pontualidade. O atraso dos trens é de menos de um minuto, na média anual. Em 45 anos de operação do trem-bala no Japão, não foi registrado nenhum acidente com vítimas.
No consórcio, a Mitsubishi ficaria com a gestão do TAV, a Toshiba com a alimentação elétrica do sistema, a Hitachi construiria o material rodante e a Mitsui faria o papel comercial e financeiro. A tarefa mais difícil do grupo é levantar apoio financeiro, porque essa é uma variável fundamental para escolha do vencedor. O ministro do Território, Infraestrutura e Transporte do Japão, Seiji Maehara, afirmou que o governo japonês fará grande esforço para que as suas empresas ganhem a concorrência do TAV no Brasil .(DF)

A PEC dos Precatórios e a transferência do calote

São Paulo, SP - segunda-feira, 01 de fevereiro de 2010

Em janeiro de 2005, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, à época presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), apresentou o esboço de uma proposta de emenda à Constituição Federal que passou a ser chamada de "PEC dos Precatórios". Foram cinco anos de discussões na Câmara dos Deputados e no Senado Federal e um intenso bombardeio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que logo apelidou o projeto de "PEC do Calote".
As críticas ficaram restritas à OAB e às entidades que representam magistrados. Em 6 de maio do ano passado, por exemplo, o Movimento dos Advogados em Defesa dos Credores Alimentares (Madeca) fez um ato público com direito a caminhão de som em frente ao Congresso Nacional em Brasília. Ali estavam juízes, advogados e servidores do Poder Judiciário. Mas nenhuma entidade sindical e tampouco patronal. Nenhum representante de empreiteiras, credoras de boa parte do estoque de precatórios não-alimentares, que resultam de desapropriações ou de ações judiciais abertas contra o calote dos governos em obras públicas, apareceu. E nenhum representante de servidores dos poderes executivos, que há tantos anos aguardam que Estados e municípios quitem seus precatórios alimentares, gerados por ações judiciais de cobrança de salários e benefícios não pagos, esteve por lá.
A ausência do poder econômico em uma discussão desse porte - que, no apagar das luzes, diz muito mais respeito às finanças públicas do que a questões meramente jurídicas - se fez sentir. O Senado aprovou a PEC no fim do ano legislativo num rito no mínimo discutível, que está, inclusive, sendo contestado em uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) no Supremo. Pela manhã do dia 2 de dezembro de 2009, a emenda à Lei Maior foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Na noite daquele mesmo dia, o plenário bateu o martelo e transformou a proposta em lei. Por um acordo entre os líderes dos partidos, os cinco dias úteis necessários entre o primeiro e o segundo turno de votação de uma emenda no Senado foram surrupiados e a mudança em nossa Constituição, sancionada uma semana depois, entrou em vigor.
Não se pode dizer que foi uma surpresa. Cinco anos de tramitação teriam sido suficientes para que o debate econômico em torno de um tema tão caro ao país como o é sua dívida pública tivesse sido posto à mesa de negociações. Tímida e tardiamente, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) pôs as mãos na massa e encomendou um estudo à consultoria LCA Soluções Estratégicas de Economia, apresentado ao Senado apenas em junho do ano passado e automaticamente jogado em um canto qualquer.
Bem mais eficientes foram os governadores e prefeitos, que, de forma organizada, se mobilizaram pela aprovação do regime especial de pagamento de precatórios, que prevê limites da receita corrente líquida dos Estados e municípios para o pagamento das dívidas, altera a remuneração dos valores devidos e permite que parte dos títulos sejam leiloados. A pressão dos governadores e prefeitos chegou a levar o relator da PEC, Valdir Raupp (PMDB-RO), a deixar a relatoria. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), encabeçou o movimento, e com razão: a despesa do município com o pagamento de precatórios vai cair de R$ 2,17 bilhões para R$ 450 milhões no orçamento deste ano. Os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, foram representados diretamente pelos seus secretários estaduais da Fazenda nas negociações da PEC no Senado.
Enquanto a OAB tentava, sozinha, barrar o andamento da PEC com argumentos jurídicos - como o respeito à ordem cronológica dos pagamentos e à chamada "coisa julgada", que prevê que a lei não pode prejudicar uma decisão judicial definitiva -, governadores e prefeitos apresentavam números. E os números saíram vencedores. No segundo turno, a proposta teve aprovação quase unânime, com 54 votos favoráveis e apenas dois contrários. Um deles, do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), que manifestou seu voto pelo fato de "o seu partido e as centrais sindicais e sindicatos ligados a ele terem dúvidas sobre o texto da PEC".
"Nós caímos em uma armadilha de que esse seria um problema jurídico", admite o presidente da Comissão de Precatórios da OAB de São Paulo. "E não é. É um problema de finanças públicas." Cabe aqui o dito popular: teria sido melhor prevenir do que remediar. Mas diante da falta absoluta de ação na esfera e no prazo certo, agora o meio corporativo se mobiliza para retomar a discussão sobre as alternativas possíveis para a quitação das dívidas de Estados e municípios. Na tarde de hoje a Fiesp receberá seus associados para debater uma proposta apresentada pelo seu departamento da indústria da construção. O setor, que esteve ausente das negociações em torno da PEC no Congresso - não é de hoje que empreiteira não compra briga com governo, porque é ele que gera boa parte de sua receita - agora apela a soluções de mercado para encontrar uma alternativa que evite que seus créditos, quando finalmente chegarem ao seu bolso, venham pela metade.
Curiosamente, a proposta apresentada transfere o problema ao governo federal, o único Poder Executivo do país em dia com o pagamento de seus precatórios. A Fiesp propõe que os credores troquem os precatórios por papéis de dívida de mercado, com vencimento em 20 ou 30 anos, e que a União seja a fiadora dos Estados e municípios devedores. Esses títulos poderiam ser usados em privatizações, subscrições de ações em projetos como o pré-sal, fundos de infraestrutura e até mesmo pagamento de prestações da casa própria - já circula inclusive uma proposta para que a Caixa Econômica Federal (CEF) aceite precatórios como pagamento de financiamentos dentro do programa Minha Casa Minha Vida.
Qualquer uma das ideias não passa de uma federalização das dívidas dos Estados e municípios, seja direta ou indiretamente. O mais curioso, no entanto, é que propostas de cunho econômico como essas tenham sido apresentadas ao Supremo junto com os argumentos jurídicos que sustentam a Adin contra a Emenda Constitucional nº 62 impetrada pela OAB, como se a instância judicial fosse a via para a discussão de contrapropostas a leis consideradas inconstitucionais.
Cristine Prestes é repórter especial. O titular da coluna, Fábio Wanderley Reis, não escreve hoje excepcionalmente

E-mail: cristine.prestes@valor.com.br

Com juros em baixa, imóvel cresce e reaparece

Rio de Janeiro, RJ - segunda-feira, 01 de fevereiro de 2010

Sem opção de risco baixo e ganho alto nos fundos, investidor aplica em apartamentos e salas comerciais, e preços sobem até 82%
Felipe Frisch

A queda da taxa básica de juros, a Selic, que remunera os fundos DI e de renda fixa, para o atual patamar, de 8,75% ao ano, provocou um fenômeno no mercado imobiliário do Rio nos últimos meses. Sem alternativas de investimento de baixo risco e com rentabilidade elevada como no passado, os preços dos imóveis em toda a cidade explodiram. Especialmente em bairros como Copacabana, onde os apartamentos de quarto e sala subiram 48,08% de janeiro do ano passado para hoje.
Com isso, segundo dados do Sindicato da Habitação (SecoviRio), saíram de uma média de R$ 171 mil para R$ 254 mil no bairro. Os de dois quartos, típicos de compra para investimento - por serem mais fáceis de alugar -, que valiam R$ 284 mil em média, passaram a cerca de R$ 390 mil, uma alta de 21,28% de um ano para o outro. Na Tijuca, o apartamento de dois quartos teve valorização de 81,95% no mesmo período, tendo saído de R$ 113 mil para R$ 206 mil. O quarto-e-sala se valorizou menos, 28,94%, mas ainda uma rentabilidade superior à de muitas aplicações financeiras. Em especial as de renda fixa.
Em 2009, ano que a Selic começou em 13,75% anuais, os fundos DI, que acompanham a taxa básica, tiveram rentabilidade de 10,21% sem descontar o Imposto de Renda (IR). Considerando um tributo de 20% (para quem investe por seis meses a um ano), a rentabilidade cairia para cerca de 8,17%, podendo ser bem menor, a depender da taxa de administração cobrada pelo fundo.
Algumas carteiras chegaram até a perder da poupança, com rentabilidade de 6,72% em 2009 e sem incidência de IR. Já as carteiras de renda fixa renderam 10,48%, ou 8,38% sem o IR de 20% e considerando baixos encargos, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Com a Selic a 8,75% ao ano, esses fundos devem passar a render cerca de 6% ao ano apenas.

Associação: áreas de bairros são beneficiadas com UPPs
Os imóveis tiveram uma valorização muito superior. Os de quarto e sala que menos se valorizaram, em Ipanema, passaram a valer 16,14% a mais. Nos de sala e dois quartos, a menor valorização foi de 9,50%, em Laranjeiras.
O diretor de Locações da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi), Carlos Samuel de Oliveira Freitas, avalia que alguns bairros, como Botafogo e partes de Ipanema e Copacabana, foram especialmente beneficiados no último ano pela implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), a ocupação de favelas pela Polícia Militar. A iniciativa nitidamente valorizou os imóveis. Em Botafogo, os apartamentos de um quarto passaram a valer, em média, 29,08% a mais.
Mas o movimento foi tão forte que não houve um bairro entre os analisados - os principais para investimento - que não tenha obtido valorização.
Normalmente, de um ano para outro, há regiões que se valorizam e outras não, ainda que o saldo seja positivo. Segundo corretores, as buscas têm se intensificado por pessoas que não querem ficar com o dinheiro "parado" em fundos com rentabilidade de 0,50% ao mês ou inferior. E o imóvel reaparece como alternativa de investimento - para reformar e revender com lucro ou alugar - ou mesmo para moradia.
Ainda há espaço para valorização, diz especialista
Paula Moura, administradora do site de móveis usados contemporâneos Gávea Garage, encontrase na primeira situação. Ela quer comprar uma sala comercial na Zona Sul para receber como rendimento o aluguel e avalia que, nos últimos cinco anos, os imóveis em alguns bairros dobraram de preço, boa parte desse movimento tendo sido concentrada no último ano, quando ela começou a procurar com o marido, publicitário.
- Está tudo muito mais caro hoje. Estamos com dificuldade para achar. Subiu bastante, e os imóveis comerciais estão se valorizando quase a mesma coisa que os residenciais em bairros como o Leblon - diz Paula, que está desistindo dos investimentos de renda fixa e da parcela que estava em ações para comprar este imóvel, sob recomendação de amigos do próprio mercado financeiro.
O diretor de Desenvolvimento de Projetos da incorporadora NEP, Cyro Fidalgo, diz que "nitidamente houve um maior volume de compras do meio do ano passado para cá", num movimento que começou com pessoas procurando nos imóveis um porto seguro em meio à crise financeira.
O administrador de investimentos Fabio Colombo considera a busca por imóveis "natural" com a queda, principalmente, dos juros reais (descontada a inflação).
Mas avalia que outro fator favorável é a melhora do cenário econômico - e a consequente volta do crescimento -, o que deve estimular as pessoas a entrarem em financiamentos para compra da casa própria ou de imóvel para investir.
- O déficit de moradia ainda é grande. Não adianta só o investidor comprar se não tiver quem alugue ou compre o imóvel depois - diz Colombo, que avalia que ainda há espaço para valorização, especialmente de imóveis para as classes C, D e E.
Além da valorização do próprio imóvel, quem compra um apartamento ou uma sala para investir está preocupado com o valor do aluguel, claro. O vicepresidente de Assuntos Condominiais do Secovi-Rio, Leonardo Schneider, estima que o rendimento mensal dos imóveis residenciais fique entre 0,3% e 0,6%, enquanto nos comerciais é considerada boa rentabilidade algo entre 0,7% e 0,9% ao mês. Nos dois casos, a rentabilidade é melhor nos imóveis menores, mais procurados também por quem quer habitá-los. n
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Loja de material de construção aposta na prorrogação do IPI

Segunda-feira, 01 de fevereiro de 2010

SÃO PAULO - Diferentemente de outros setores como o de linha branca e de automóveis, que não devem ter incentivos fiscais renovados, o varejo de material de construção deve aproveitar a redução do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) até o dia 30 de junho e a previsão é de que possa ser prorrogada mais uma vez. A expectativa é que o governo continue a estimular a construção civil este ano, setor que será beneficiado ainda pelo programa "Minha Casa Minha Vida" e pelas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Com o cenário positivo, grandes redes como Saint-Gobain Distribuição (Telhanorte, Center Líder e Pro Telhanorte), Dicico e C&C-Casa & Construção ainda devem aproveitar para consolidar seus crescimentos.
Segundo Marcelo Rosse, diretor de Mercadorias e de Marketing de Produtos da Saint-Gobain, é preciso um prazo maior para que o setor aproveite a redução, já que possui um perfil de compra diferente de outros segmentos: "A redução do IPI não teve o mesmo impacto no nosso setor porque a decisão de fazer uma reforma é muito mais pensada, é de longo prazo, é mais fácil tomar a decisão de comprar uma TV ou um carro, mas mesmo assim é muito importante que continue, até psicologicamente. Apoiamos a manutenção", reforça o diretor.
A rede ainda aproveita o incentivo como apelo para campanhas de marketing, sendo que começará uma nova campanha esta semana, chamada de "Reforma Brasil": "Estamos aproveitando o gancho e a aura da Copa do Mundo para motivarem as pessoas a fazerem suas reformas agora", afirma.
Com isso e com a expectativa de maturação das lojas abertas em 2009, a rede espera crescimento de dois dígitos e maior do que no ano passado. No ano anterior, a Saint-Gobain comprou a rede Center Líder, com dez unidades, e abriu mais cinco lojas da Telhanorte, chegando a 41 pontos-de-venda.
Das 10 lojas Center Líder, bandeira que será destinada para atingir a classe C, ainda foram convertidas quatro em Telhanorte, voltadas para classe A e B, sendo que quer consolidar a aquisição esse ano e otimizar sua logística, com intenção de abrir até um novo centro de distribuição em Guarulhos, Grande São Paulo.
A rede Dicico afirma que a redução do IPI beneficiou a economia como um todo e não "comprou" a crise econômica, investindo e oferecendo redução de preços até antes do incentivo ter sido confirmado no setor no ano passado, aproveitando para fazer mais campanhas na mídia. Este ano, a rede quer atingir a marca de R$ 1 bilhão de faturamento, frente a cerca de R$ 750 milhões de 2009, o que representou um crescimento de 22% sobre 2008.
Segundo afirmou Cláudio Fortuna, diretor de Marketing da rede, a intenção é abrir 12 lojas, com investimento total de cerca de R$ 60 milhões. "O compromisso da Dicico é ir mais longe esse ano. Reforçamos a empresa para isso investindo em pessoas, logística e informática, mesmo com o clima de incerteza do ano passado", afirmou o diretor.
A empresa ampliou recentemente em 10 mil metros quadrados o seu centro de distribuição em São Paulo, além de instalar avançados softwares no local, o que prepara a rede até para uma possível expansão fora do Estado de São Paulo, onde ainda estão todas as suas lojas.
A Dicico ainda diz explorar sua expansão em locais em que seus concorrentes não estão, em bairros mais distantes, atendendo principalmente o público das classes B e C. Segundo Fortuna, a empresa tem caixa próprio para continuar os investimentos e expansão acelerada, mas mantém o interesse manifestado no ano passado de realizar uma parceria com algum fundo de investimentos, por exemplo, vendendo parte da empresa. "É uma tendência do mercado, não abandonamos os planos, existem propostas e estamos sempre abertos a conversas", explica o executivo.
Para a C&C-Casa & Construção, apesar de em outros setores o IPI menor ter estimulado até mais, o clima é de otimismo e pode levar as pessoas até a anteciparem suas obras e reformas, com a expectativa de crescer mais este ano. Segundo Mauro Florio, diretor de Marketing da rede, a companhia está com 40 unidades e em expansão, mas sempre a procura das melhores oportunidades para aberturas, principalmente ainda nos mercados dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, apesar de também ter lojas no Paraná e em Minas Gerais. No ano passado abriu dois home centers, ritmo que tem mantido recentemente.
O diretor ainda afirma que a empresa aproveita o apelo do incentivo fiscal na suas propagandas, mas já realiza ofertas toda semana e aposta ainda nas suas condições de pagamento para atrair mais consumidores. A C&C também realizou uma parceria há três meses com o Banco Itaú, para lançar um novo cartão da rede. "Substituímos pelo nosso antigo cartão próprio e já estamos indo muito bem", diz.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Câmara vai cobrar informações sobre atrasos em obras da Copa

O presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, deputado Silvio Torres (PSDB-SP), considera preocupante o pedido do presidente Lula para que a fiscalização sobre a execução das obras para a Copa do Mundo de 2014 seja amenizada de forma a não atrasar a realização do evento. "Isso é um sinal de que o próprio governo está preocupado com o atraso", disse Torres, ao avisar que na retomada dos trabalhos da Câmara vai apresentar requerimento para que o ministro dos Esportes, Orlando Silva, venha expor como andam os trabalhos.
Torres afirma que as informações colhidas até hoje pela comissão e pelo Portal de Fiscalização e Controle mostram que poucos passos foram dados no sentido de realizar todas as obras necessárias, sobretudo no setor de transportes, chamado de mobilidade urbana. O portal foi criado pela Rede de Informações e Acompanhamento dos Recursos Públicos para Organização da Copa, formada pelas comissões de Fiscalização e Controle da Câmara e do Senado e pelos tribunais de contas da União (TCU) e dos estados e municípios.

Silêncio
Segundo o deputado, foram pedidas informações aos ministérios dos Esportes, das Cidades e do Planejamento e à Casa Civil sobre as demandas e projetos apresentadas pelos estados e pelas cidades-sede da Copa. Apenas o Ministério das Cidades forneceu números e detalhes. O Planejamento e a Casa Civil remeteram o assunto ao Ministério dos Esportes - que, até hoje, de acordo com Silvio Torres, não respondeu a nenhuma das demandas, apesar de vencido o prazo para a prestação de informações ao Congresso.
Torres afirma que, por trás do silêncio, está a lentidão com que as providências estão sendo tomadas, apesar de o País ter obtido o direito de sediar os jogos há dois anos. Ele lembra que o dinheiro para construção e reforma de estádios já está disponível há meses, mas até dezembro de 2009 o BNDES, que dispõe de R$ 4,8 bilhões para isso, não havia recebido propostas. "Não se sabe nem se todos os estados e municípios terão condições de receber esses recursos", alerta o deputado.

Preço
De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil, os investimentos em infraestrutura para a realização da Copa e das Olimpíadas de 2016 deverão chegar a R$ 86 bilhões. No dia 13 de janeiro, o presidente Lula anunciou o PAC da Copa , que prevê R$ 21 bilhões, oriundos de fontes diversas, para as obras. Desse total, R$ 7 bilhões sairão dos cofres públicos, estaduais ou federais.
O restante, além do dinheiro do BNDES, virá do FGTS, que reservou R$ 8 bilhões para o setor de transportes e R$ 1 bilhão para expansão, modernização ou revitalização de hotéis. De acordo com o Ministério das Cidades, estados e cidades-sede já pediram outros R$ 41 bilhões para obras de transportes urbanos.

Contrapartida
O deputado explica que todas as obras necessárias serão financiadas e pressupõem contrapartida dos entes que vão recebê-las. Porém, esse dinheiro não está previsto nos orçamentos locais nem há previsão de repasses orçamentários. "Estados e municípios a rigor não têm verbas carimbadas para esse tipo de obra", alerta Silvio Torres. O parlamentar afirma que apenas algumas obras previstas no Programa de Aceleração do Crescimento fazem parte do pacote necessário para a Copa.

Para o deputado, mesmo antes de começar alguns dos projetos é preciso repensá-los. É o caso do trem-bala que ligaria São Paulo ao Rio de Janeiro. Previsto para a Copa, já se sabe que talvez seja possível apenas para as Olimpíadas. Porém, Torres questiona se valeria a pena, ao custo de R$ 34,5 bilhões, investir num trem-bala quando as pessoas vão gastar de três a quatro horas para se locomover dentro das grandes cidades brasileiras.
Ele acredita que é preciso pensar se não seria mais razoável investir nos metrôs das capitais. Porém, observa Torres, mesmo antes dessa definição já há governos lançando editais para criar "fatos consumados".

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Desafio não é interesse externo, mas gestão e regulação internas

Somente os investimentos em infraestrutura para realização da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016 deverão consumir cerca de R$ 80 bilhões nos próximos anos, segundo previsão de Virgílio Machado Moura, que coordena a comissão de obras públicas da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil).
Nos cálculos dele, entre 20% e 25% desse montante virão do exterior. O resto será coberto por governo e empresas locais.
O alto retorno esperado, diz Moura, deverá garantir o interesse nesses projetos. Com isso, o próximo presidente deverá ter condições de manter o fluxo de recursos necessários para financiar o deficit nas transações com o exterior.
"A posição brasileira no cenário internacional deverá se consolidar. Os marcos regulatórios no país não são os desejáveis, mas estamos amadurecendo e temos uma taxa de retorno compatível com o risco."
Para ele, os gargalos não estarão lá fora, no interesse do estrangeiro, mas aqui dentro. "Teremos de melhorar a gestão, padronizar a atuação de órgãos de fiscalização."
Presidente da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), Humberto Barbato diz que será inevitável que o próximo governo ataque problemas estruturais.
O setor é grande importador de insumos. Cada item produzido tem cerca de 20% de componentes importados. Com isso, as exportações do segmento não cobrem as importações. O saldo negativo de US$ 17 bilhões na balança comercial do setor em 2009 deverá chegar a US$ 20 bilhões neste ano.
"Um país não pode persistir com deficit desse tamanho num setor. Mesmo sendo grandeexportador de commodities, não há como pagar esse deficit eternamente. Se o preço das commodities cair, gera um problema na balança comercial. Temos um modelo de desenvolvimento perigoso: vendemos matéria-prima e compramos produtos inteligentes."
Ele diz ainda que o setor já apresentou um plano de reversão, num período de dez anos, do deficit do segmento.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Unidos contra o preço alto

Os primeiros apartamentos do Noroeste começaram a ser vendidos em agosto, mas o mercado imobiliário continua aquecido com a negociação de imóveis no novo setor. Nem mesmo o preço salgado afugenta os compradores, embora algumas pessoas que sonhavam morar ali tenham se assustado com os valores dos imóveis. Uma unidade de três quartos, por exemplo, é anunciada por mais de R$ 1 milhão. Para não ficar de fora do bairro, no mês passado, um grupo de consumidores criou a Associação de Compradores de Imóveis do Setor Noroeste, com o objetivo de mobilizar os interessados que não têm condições de pagar R$ 8,2 mil pelo metro quadrado. A entidade já soma 120 associados. A intenção agora é conversar diretamente com as construtoras e, assim, lutar por um preço mais justo para os imóveis. A associação que representa as empresas do setor imobiliário reconhece que esse tipo de conversação é possível.
A Associação de Compradores de Imóveis do Setor Noroeste foi criada pelo economista e empresário Lindolfo Cavalcanti de Magalhães, 66 anos. Depois de fundar a entidade com um grupo de amigos que compartilhavam de suas ideias, ele distribuiu 10 mil panfletos durante um salão imobiliário, realizado em novembro no Centro de Convenções. Nós não vamos aceitar preços exorbitantes por parte das construtoras. Afinal, elas precisam mais de nós do que precisamos delas. Só vamos conseguir baixar os preços negociando em grupo , diziam os panfletos.
A ideia motivou outras pessoas, que entraram em contato com Lindolfo e se cadastraram. Desde que começaram a falar no Noroeste, há mais de 10 anos, sonho com um apartamento na região. Mas quando o setor foi lançado, fiquei assustado com os preços. É uma bolha imobiliária que vai estourar a qualquer hora. Precisamos negociar, porque isso está se refletindo nos preços da cidade inteira , justifica Lindolfo. Vamos contratar um engenheiro para fazer uma planilha de custos e, assim, apurar o que seria um preço justo. Mas acho que o preço do metro quadrado não deveria nunca ultrapassar os R$ 7 mil , acrescenta o economista.
O advogado Edino Franzio, que também integra a Associação de Compradores de Imóveis do Setor Noroeste, acredita que os valores cobrados atualmente não refletem a realidade do mercado. Nossa expectativa é chamar a atenção da sociedade para o que está acontecendo. Os preços que estão sendo cobrados são totalmente irreais, precisamos nos mobilizar para termos poder de negociação , afirma Edino. O que queremos é um preço justo, o valor real de mercado. A partir de fevereiro, com o fim do recesso e das férias, acredito que a mobilização será grande , acrescenta o advogado.
Vendas aquecidas
Apesar das reclamações quanto ao preço, as vendas não param nos estandes que negociam unidades no Noroeste. Até agora, oito prédios foram lançados e as construturas já venderam cerca de 700 apartamentos. O número de projeções vendidas pela Companhia Imobiliária de Brasília é bem superior. Até agora, o GDF já vendeu 103 lotes de prédios no novo bairro, 92 residenciais e 11 mistos, ou seja, destinados a comércio, mas que comportam quitinetes ou pequenos apartamentos. Com o lançamento de apenas quatro editais de licitação, a Terracap arrecadou R$ 1,3 bilhão ano passado. Estão previstos 220 prédios residenciais, distribuídos em 20 quadras. O bairro terá 40 mil moradores.
O valor das projeções licitadas pelo governo é uma das justificativas usadas pelas construtoras para o alto preço dos apartamentos. Na primeira concorrência pública, em janeiro do ano passado, o governo estabeleceu o preço mínimo do lote para prédios residenciais em R$ 10,3 milhão. No mês passado, os mesmos terrenos tinham valor mínimo de R$ 15 milhões na licitação, o que representa um aumento de quase 50% em menos de um ano. Como cada terreno de mil m² tem potencial construtivo de 6,3 mil m², a construtora tem que cobrar R$ 2,3 mil por metro quadrado só para pagar o investimento da compra do lote.
O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil, Elson Póvoa, diz que o preço alto do terreno é a principal causa de os apartamentos do Setor Noroeste serem tão caros. Não temos como pressionar um órgão público a vender as projeções a preços mais baixos. É um leilão com lance fechado e, além disso, trata-se de um bem público que tem que ser vendido a valores de mercado. Fica difícil negociar , explica Élson. O Noroeste não foi criado para ser um bairro popular. Os prédios terão acabamentos de alto luxo e, além disso, existe a questão da sustentabilidade. Temos que fazer edifícios com (1)energia solar, reuso de água, coleta de lixo a vácuo. Tudo isso encarece muito os preços , acrescenta o presidente do Sinduscon.
Fluxo de caixa
Para o presidente da Associação dos Dirigentes de Mercado Imobiliário, Adalberto Valadão, há espaço para negociação com os clientes. Mas isso vai depender das condições financeiras de cada empresa. Se essa entidade que quer negociar preços tiver um grande número de associados, é claro que as empresas terão interesse de ouvir as propostas. Com mais de 30 interessados, por exemplo, já seria possível negociar , afirma.
Adalberto Valadão, entretanto, não faz projeções de quanto o valor final do imóvel pode baixar nas negociações. Cada construtora tem uma realidade diferente. Elas terão que analisar o fluxo de caixa para saber se o desconto proposto é possível , afirma o presidente do Ademi. Hoje, os imóveis são vendidos na planta e a previsão de entrega é de três anos.
O valor de R$ 8,2 mil para o metro quadrado na planta mostra que a tendência pode ser de alta. Desde o lançamento do primeiro empreendimento, as obras de infraestrutura avançaram. À época do início das vendas, não havia sequer estandes, nem ruas abertas. Agora, há máquinas de obra em todo o bairro, principalmente às margens da Epia o primeiro trecho a ser inaugurado.
1 - Bairro verde
O Setor Noroeste é chamado de o primeiro bairro ecológico do Brasil . Além das exigências ambientais dos projetos, outro diferencial é a proximidade com o futuro Parque Burle Marx. O setor é integrado à unidade ecológica, que vai dividir o Noroeste da Asa Norte.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Ascensão acelerada e bom ganho

O coordenador de educação profissional do Senai Maringá, Cláudio Alves Batista, afirma que os trabalhadores da construção civil hoje conseguem, em seis meses, uma ascensão na hierarquia que normalmente levaria cerca de três anos.
“A profissão está permitindo uma remuneração cada vez melhor. Trabalhadores autônomos ganham entre R$ 2 mil e R$ 3 mil por mês”, comenta Batista. “Soube de profissionais que, com nível de instrução de 5ª série (ensino fundamental), conseguem até R$ 4 mil por mês”, acrescenta.
Batista coordena um curso de formação de pedreiro, previsto para começar no dia 10 de fevereiro, que sofre com o desinteresse dos jovens. Mesmo com a garantia de contratação imediata, carteira assinada e salário proporcional para que os alunos trabalhem e estudem durante um ano, o Senai tem dificuldades em preencher as 16 vagas abertas.
“Se você oferecer um emprego de pedreiro para um adolescente, ele torce o nariz”, afirma Batista. “O que ele quer é trabalhar num shopping, cercado de gente bonita, ou num escritório, com ar condicionado, Orkut e MSN”, comenta.
Para o coordenador, essa resistência está associada a algumas ideias distorcidas sobre o ofício. “O serviço mais pesado fica com o servente, que bate massa e carrega tijolos. Para um pedreiro, o trabalho de assentar massa e levantar paredes não é tão árduo assim”, avalia Batista.

Construção civil registra maior alta de empregos

Setor teve crescimento no número de contratações superior a 16% em Maringá e região metropolitana. Falta mão de obra na área, que gera boas oportunidades de carreira
A construção civil foi o setor da economia de Maringá que teve o maior crescimento no número de contratações em 2009. Dados do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostram que o emprego cresceu 16,73% entre janeiro e novembro do ano passado na cidade. Na região metropolitana, o aumento foi de 16,91%.
O emprego nas construções cresceu três vezes mais do que no setor de serviços e quatro vezes mais do que nos demais setores da indústria. Em 2010, a tendência deverá ser a mesma no ritmo de contratação.
De acordo com a Agência do Trabalhador de Maringá, existem atualmente 66 vagas abertas para pedreiro e servente, aguardando candidatos. Só no Novo Centro de Maringá, são 25 edifícios em construção, além de 16 que foram concluídos desde outubro – segundo a Secretaria de Controle Urbano e Obras Públicas (Seurb).
Com crescimento acima da média e o grande número de obras em andamento, o setor sofre de carência de trabalhadores. O grande canteiro de obras, composto pelos 41 arranha-céus do Novo Centro, é cenário de acontecimentos extraordinários no mercado de trabalho. Se por um lado nunca foi tão difícil conseguir efetivo para levantar tantos prédios ao mesmo tempo, também nunca houve tanta oportunidade para um profissional subir na hierarquia da construção civil rapidamente.
Hoje é possível alcançar, em apenas seis meses, o posto de mestre de obras – com piso salarial de R$ 1.444,20 por mês. O salto na hierarquia representa aumento de 88,39% no salário, partindo do piso inicial para servente de pedreiro, que em Maringá é de R$ 766,60 – de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e do Mobiliário de Maringá (Sintracom).
A necessidade do setor faz com que os empregados mais dedicados consigam promoções em questão de meses. “Estou trabalhando nessa área há 30 e nunca houve um momento tão bom para se começar carreira como agora”, diz o mestre de obras Geraldo Capuchinho.
Capuchino comanda uma equipe de 28 trabalhadores, responsáveis pela construção de um dos maiores edifícios do Novo Centro – mais de 20 mil m2 de área construída, em 21 pavimentos. Ele conta que os empregadores, na necessidade de atrair empregados, estão dispostos a formar o trabalhador desde a estaca zero.
“A cada 30 dias, fazemos uma peneira, selecionando os melhores e dispensando os que não servem”, comenta. “Só esta semana, abrimos seis vagas”, acrescenta.
Um dos funcionários dessa obra, César Portela, 22 anos, começou a trabalhar como servente em outubro de 2009. Hoje, já atua como meio profissional e a partir de fevereiro será promovido a profissional, com acréscimo de 35% no salário.
“Vale a pena trabalhar na construção civil. Para mim, a carga de trabalho é tranquila e os benefícios extras fazem o serviço valer à pena”, comenta Portela, que pretende se aperfeiçoar no setor e chegar a mestre de obras.
O contra-mestre Jucelande Nascimento dos Santos, que trabalha há um ano no mesmo edifício, começou como carpinteiro e galgou posições graças à escassez de mão de obra no mercado. “Apesar de ser um serviço árduo, tem muita oportunidade de crescimento rápido”, analisa Santos.
“Mesmo sem estudo, mas com boa vontade e humildade, a pessoa cresce nessa profissão”, acrescenta o contra-mestre, que há 25 deixou o Pernambuco para buscar melhores oportunidades no Sul.