terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Exigências de edital ainda preocupam consórcio

São Paulo, SP - segunda-feira, 01 de fevereiro de 2010

O consórcio formado por Mitsui, Toshiba, Hitachi e Mitsubishi ainda vê muitos riscos no edital do trem de alta velocidade (TAV), mas diz ter experiência e motivos tecnológicos para acreditar que o modelo japonês seja o melhor para o Brasil. Eles desenvolveram um sistema de tração que reduz a possibilidade de acidentes e aumentaria a velocidade do trem-bala nas subidas e descidas no trecho carioca do trem-bala. "A Serra das Araras implica alta dificuldade ao projeto e a eficiência da tração terá impacto direto no seu custo", diz Kazuhisa Ota, chefe da equipe que projeta o TAV na Mitsui.
Embora o consórcio ainda não tenha fechado acordo com uma das grandes empreiteiras brasileiras, que serão responsáveis pela construção civil - grande parte dos R$ 34,6 bilhões de orçamento do TAV -, o shinkansen é visto como referência tecnológica indiscutível pelo governo brasileiro. Mas, para o consórcio, as exigências do edital brasileiro são pouco restritivas e mais adequadas aos padrões europeus.
Segundo os representantes do consórcio, os japoneses são capazes de fazer túneis 28% menores do que os europeus, o que reduziria custos - o edital prevê cerca de 90 quilômetros de túneis. A velocidade do shinkansen poderia chegar a 300 km/h, dependendo das leis nacionais. No Japão, a velocidade é limitada por normas que preveem um teto para o volume de emissão sonora do trem-bala. Mesmo levando em conta a lei japonesa, o consórcio considera razoável o limite de tempo de 1h33 estabelecido para a viagem entre São Paulo e Rio.
O peso menor do modelo japonês é outra vantagem, na avaliação do consórcio, porque implica menor gasto de energia e de manutenção periódica dos trilhos. Outro ponto forte do trem japonês é a pontualidade. O atraso dos trens é de menos de um minuto, na média anual. Em 45 anos de operação do trem-bala no Japão, não foi registrado nenhum acidente com vítimas.
No consórcio, a Mitsubishi ficaria com a gestão do TAV, a Toshiba com a alimentação elétrica do sistema, a Hitachi construiria o material rodante e a Mitsui faria o papel comercial e financeiro. A tarefa mais difícil do grupo é levantar apoio financeiro, porque essa é uma variável fundamental para escolha do vencedor. O ministro do Território, Infraestrutura e Transporte do Japão, Seiji Maehara, afirmou que o governo japonês fará grande esforço para que as suas empresas ganhem a concorrência do TAV no Brasil .(DF)

Um comentário:

  1. Muito interessante esse projeto.
    O sistema atual,não dá mais.As pessoas não aguentam mais tanta indiferença do poder público.

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